Na Medicina do Esporte, o uso da termografia pode proporcionar melhores resultados aos atletas por ser um instrumento na identificação de riscos e na prevenção de lesões, além de ser uma importante ferramenta no acompanhamento do treinamento esportivo a partir da avaliação da quantificação da carga de trabalho (Brukner et al., 2006; Carmona, 2012; Neves & Reis, 2014).

Os atletas são expostos a um elevado estresse físico no treinamento e nas competições. Lesões por excesso / sobrecarga (ou overuse) são frequentes; portanto, diagnósticos precoces são importantes. Além do diagnóstico precoce, a localização da inflamação é um passo fundamental no tratamento correto. A Termografia também possibilita monitorar a temperatura da superfície corporal antes, durante e após o movimento e detectar mudanças na temperatura da pele causadas pelo exercício (Merla et al., 2010;Ferreira et al., 2008; Hardakeret al., 2007; Ring & Amer, 1998).

A circulação periférica tem uma importante função na avaliação da evolução e do tratamento de lesões através de mecanismos termorregulatórios. Para diferenciar as mudanças de temperaturas por LESÕES das mudanças de temperatura causadas por EXCESSO / SOBRECARGA DE EXERCÍCIO (OVERUSE), é preciso compreender as diferentes respostas fisiológicas das estruturas envolvidas (Mangine et al., 1987).

VALE LEMBRAR: uma lesão por USO EXCESSIVO (OVERUSE) é qualquer tipo de lesão muscular ou articular, como tendinite ou fratura por estresse, causada por trauma repetitivo.

Para definir se um termograma está normal, uma pesquisa da University of Glamorgan no País de Gales criou uma grande base de dados composta por imagens térmicas de diferentes partes do corpo de indivíduos saudáveis. Concluiu-se, neste estudo, que a simetria entre membros é essencial na avaliação da normalidade do termograma e a literatura internacional tem demonstrado que uma diferença maior que 1 °C entre os lados do corpo pode indicar uma disfunção neurovascular que pode representar uma condição patológica (Self et al., 2008).

A Termografia Digital por Infravermelho de Alta Definição permite, através de softwares desenvolvidos exclusivamente para isso, fazer a análise da assimetria térmica no corpo. Isto viabiliza ao médico o diagnóstico precoce de disfunções termorregulatórias que podem ser os primeiros indícios de lesão.

Referências:
Brukner P, Khan K. Brukner & Khan's clinical sports medicine. 4th ed. Australia: McGraw-Hill Education; 2006
Carmona PMG. Influencia de la información termográfica infrarroja en el protocolo de prevención de lesiones de un equipo de fútbol profesional español [tesis]. Madrid: Universidad Politécnica de Madrid, Facultad de Ciencias de la Actividad Física y del Deporte; 2012
Neves EB, Reis VM. Fundamentos da termografia para o acompanhamento do treinamento desportivo. Rev Uniandrade. 2014;15(2):79-86
Merla A, Mattei PA, Di Donato L, Romani GL. Thermal imaging of cutaneous temperature modifications in runners during graded exercise. Ann Biomed Eng. 2010;38(1):158-63
Ferreira JJ, Mendonça LC, Nunes LA, Andrade Filho AC, Rebelatto JR, Salvini TF. Exercise-associated thermographic changes in young and elderly subjects. Ann Biomed Eng . 2008;36(8):1420-7. [ Links ]
Hardaker NJ, Moss AD, Richards J, Jarvis S, McEwan C, Selfe J. The relationship between skin surface temperature measured via non-contact thermal imaging and intra-muscular temperature of the rectus femoris muscle. Thermol Int . 2007;17(2):45-50. [ Links ]
Ring EF, Ammer K. Thermal imaging in sports medicine. Sport Med Today. 1998;1(2):108-9.
Mangine RE, Siqueland KA, Noyes FR. The use of thermography for the diagnosis and management of patellar tendinitis. J Orthop Sports Phys Ther. 1987;9(4):132-40
Selfe J, Whitaker J, Hardaker N. A narrative literature review identifying the minimum clinically important difference for skin temperature asymmetry at the knee. Thermol Int . 2008;18(2):41-4