A dor crônica é comumente definida como qualquer dor que dura mais de 12 semanas. Enquanto a dor aguda é a sensação normal que nos alerta para uma lesão ou doença, a dor crônica é aquela que persiste, geralmente por meses ou anos. Nas quase duas décadas acompanhando pacientes com Dor Crônica, era comum receber pacientes com 10, 20 e até 40 anos de dor persistente pelos mais variados motivos. Em sua grande maioria, foi comum escutar do paciente "Doutor, o senhor é minha última esperança!". Tal assertiva espantosa costuma ter origem em inúmeras abordagens pregressas feitas por especialistas de outras áreas, em sua maioria, ineficientes ou, ainda pior, com posturas de menosprezo pelo sintoma referido pelo doente. No entanto, a não adesão ao tratamento é um fator importante à não-eficiência do manejo da dor crônica, desabonando diversos profissionais pelo insucesso terapêutico. Os motivos são diversos, desde expectativas elevadas de controle da dor até incapacidade financeira para adquirir os medicamentos.
Porém, infelizmente, a dor crônica segue subdiagnosticada e subtratada.
A dor crônica pode afetar até oito em cada 10 adultos. Pode ser causada por lesão musculoesquelética (envolvendo ossos, músculos ou articulações), disfunção do sistema nervoso, doenças crônicas e distúrbios autoimunes (Raffaeli & Arnaudo, 2017)
Aqui estão algumas das causas mais comuns que afetam os adultos americanos atualmente:
Segundo pesquisas da Universidade da Carolina do Norte em Chapel Hill, nada menos que 84% dos adultos nos EUA terão dores crônicas nas costas em algum momento de suas vidas. Frequentemente ocorrendo na região lombar, a dor pode ser causada por uma lesão ou desenvolver-se progressivamente devido a artrite, osteoporose ou desgaste normal/natural osteomuscular (Freberger et al., 2009).
A dor nas costas tornou-se uma epidemia nos EUA e é hoje uma das principais causas de incapacidade e perda de produtividade no local de trabalho. As causas comuns de dores crônicas nas costas incluem:
Cerca de 50% da população adulta irá relatar dores de cabeça durante um ano, enquanto mais de 90% irá relatar um histórico vitalício de dores de cabeça. Uma dor de cabeça crônica é aquela que ocorre por pelo menos 15 dias por mês durante não menos do que três meses consecutivos (Jensen & Stovner, 2008). Os tipos mais comuns de dores de cabeça crônicas são:
A dor articular é um dos principais tipos de dor crônica entre adultos, normalmente causada por lesão, infecção ou avanço da idade. De acordo com um relatório da U.S. Bone and Joint Initiative, a artrite é a causa mais comum, afetando mais de 51 milhões de americanos (ou aproximadamente um em cada dois adultos) (Yawn et al, 2009).
Alguns dos tipos mais comuns de dor crônica nas articulações são:
A dor neural crônica (neuropática) afeta um em cada 10 americanos, de acordo com um estudo da Escola de Medicina da Clínica Mayo. Isso geralmente acontece quando os nervos são comprimidos, danificados ou expostos a drogas que tiram seu revestimento exterior protetor (chamado de bainha de mielina), entre outros motivos (U.S. Bone and Joint Initiative, 2012).
Alguns dos exemplos mais comuns de dor neuropática crônica são:
Referências
Raffaeli W, Arnaudo E. Pain as a disease: an overview. J Pain Res. 2017;10:2003–2008. Published 2017 Aug 21. doi:10.2147/JPR.S138864
Freberger, J.; Holmes, G.; and Agar, R. "The Rising Prevalence of Chronic Low Back Pain." Arch Intern Med. 2009; 169(3):251-58. DOI: 10.1001/archinternmed.2008.543.
Jensen, R. and Stovner, L. "Epidemiology and Comorbidity of Headache". Lancet Neurol. 2008;7:354–61. DOI: 10.1016/S1474-4422(08)70062-0.
Yawn, P.; Wollen, P.; Weingarten, T. et al. "The Prevalence of Neuropathic Pain: Clinical Evaluation Compared With Screening Tools in a Community Population." Pain Med. 2009; 10(3):586-93. DOI: 10.1111/j.1526-4637.2009.00588.x.
U.S. Bone and Joint Initiative. (2012) The Impact of Musculoskeletal Disorders on Americans — Opportunities for Action (Third Edition). Rosemont, Illinois: U.S. Bone and Joint Initiative. ISBN 978-0-9963091-1-0.